A projeção de 24
fotogramas por segundo permitiu criar a ilusão de imagens em movimento. Assim
surgiu o cinema. Os pioneiros foram os Irmão Lumiére, na França, tendo
realizado a primeira projeção pública em 1895.
No filme
“Cinema, Aspirina e Urubus”, um alemão viaja num caminhão pelo interior do
Nordeste, em 1942, fazendo projeções de filme e divulgando a aspirina,
medicamento produzido pela empresa alemã Bayer. É possível que filmes tenham
sido projetados em Itaquaquecetuba, bem antes da instalação de um cinema na
cidade.
O Cine Ideal foi o primeiro Cinema de
Itaquaquecetuba, instalado em 1943 na rua da Fábrica s/nº (atual rua João
Vagnotti). Propriedade da firma Vagnotti & Petroni Ltda, com sede no
distrito de Itaquaquecetuba, município de Mogi das Cruzes. Os sócios no
empreendimento foram Hyppolito Carlos Vagnotti e Menotti Petroni. O Cide Ideal ocupou a sede do Clube
Recreativo de Itaquá. Durante muitos anos o local onde funcionou o cinema foi a
sede social do Bandeirantes Atlético Clube. O nome Rua da Fábrica é uma
referência a Fábrica Irmãos Vagnotti & Cia., instalada em 1940.
Em suas memórias
Vagnotti diz que a sociedade não completou um ano, tendo dado continuidade ao
cinema por mais um ano, tendo passado a Felix Niedhart, que por sua vez tocou o
empreendimento por mais um ano até repassá-lo a João Albino. O empreendimento
recebeu o nome de Cine Central, de acordo com
o requerimento à prefeitura de Mogi das Cruzes, datado de 28 de janeiro de 1946.
Depois de vários
donos e com problemas no prédio, identificados numa vistoria que o interditou,
o cinema foi fechado. Como o prédio era de João Albino, Vagnotti juntamente com
Adélia Riechelmann tomou a decisão de construir um prédio para o cinema, na rua
Capitão José Leite. Em fins de 1952, uma revista de cinema publicou uma nota
sobre a construção do futuro Cine Tupi.
Rua Capitão José Leite - Cine Tupi (à esquerda), 1953 (IBGE) |
O Cine Tupi
iniciou suas atividade em 1953, ano marcado pela realização do Plebiscito que
aprovou a Emancipação política de Itaquaquecetuba (elevação a município). Na
programação de 22 a 27 de dezembro de 1953, os seguintes filmes seriam
exibidos: O Abismo do Deserto, Sempre Jovem, Album de Recordações (Disney), O
Corcunda de Notre Dame (com Charles Laughton), Abbot e Costello na Legião
Estrangeira e Reinado do Crime. O Cine Tupi exibiu o filme Sinhá Moça, com
cenas gravadas na ponte do rio Tietê, tendo gente local participado como
figurante.
Cine Tupi (Sidney Barbosa/ Laércio Laera) |
Em 1949,
Humberto Adami solicita vistoria para a instação de um cinema na Fábrica Italo
Admi S. A., obtendo autorização para funcionamento a título precário “levando em consideração que se trata de uma
casa de diversão, quasi que sómente para os empregados da Industria requerente”.
A fábrica foi instalada no bairro do Morro Branco em 1940.
Muitos anos
depois, o Cine Tupi foi renomeado
para Cine Taquá, administrado pela
Empresa Cinematográfica Avenida Ltda, de Mogi das Cruzes. Em 29 de janeiro de
1984 foi realizada a última sessão de cinema. Assim foi fechado o único cinema
de Itaquaquecetuba. Na década de 1990, ocorrem algumas iniciativas para reabrir
o chamado Cine Teatro, mas não obtiveram êxito.
Itaquaquecetuba
voltou a ter cinema no dia 2 de julho de 2015, com a chegada do circuito
multiplex. Curiosamente o cinema está instalado no Shopping Pateo Itaquá, construído
no mesmo local onde funcionou a Fábrica Italo Adami, que em 1949 abrigou uma
sala de cinema.
Fontes: Arquivo
Histórico de Mogi das Cruzes
Hyppolito
Carlos Vagnotti. Relato sobre Itaquaquecetuba, São Paulo: Pannartz, 1987.
Revista Cine Reporter - Semanário Cinematográfico, 20/12/1952.
Frequentei o cinema de Itaquá quando criança, lembro-me como parecia mágico para mim, na escuridão, mergulhar na luminosidade tela, o som alto e as poltronas e madeira me isolavam do mundo. Quando eu saía, pareciam ter se passado dias!
ResponderExcluirAntes do cinema no Garden (que agora é Pateo), o primeiro foi o do D'Avo aqui no Morro Branco, que eu afirmo ser muito bom.
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