A ponte sobre o rio Tietê, em Itaquaquecetuba, foi a locação
escolhida pelos produtores do filme Sinhá Moça, lançado pela companhia Vera
Cruz em 1953, com direção de Tom Payne e distribuído pela Columbia Pictures.
Um grupo de homens e mulheres escravizados empreende fuga de
uma fazenda, no caminho ao chegar a ponte se deparam com uma unidade de
cavalaria do exército, cuja ordem é impedir que os fugitivos atravessassem a
ponte.
No fim da travessia do rio vemos a atriz Ruth de Souza com
uma criança nos braços. A cena dura dois minutos. Vemos a ponte de madeira e os
pedaços de madeira de outra ponte que existiu naquele trecho do rio.
A primeira vez que ouvi falar sobre o filme foi através do senhor
Carlos Barbosa, que lembrava que o pessoal de Itaquá ia até a Ladeira para
assistir as filmagens.
O roteiro do filme foi adaptado do romance homônimo de Maria
Dezonne Pacheco Fernandes, publicado em 1950. A história se passa por volta de
1850, retrata a história de amor da rica Sinhá Moça (Eliane Lage) - filha de
escravocrata - com o advogado abolicionista Rodolfo Fontes (Anselmo Duarte).
Em uma adaptação do romance para a televisão, em 2006, a Rede
Globo foi questionada num inquérito civil pelo Ministério Público do Bahia, sob
o argumento de que a novela retratava os negros como pessoas passivas, dependentes
de heróis brancos, omitindo o passado de lutas do povo negro.
O discurso cinematográfico carrega o discurso e os valores de
sua época.
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