Os
moradores de Itaquaquecetuba, principalmente da região do Corredor, já ouviram
falar ou conhecem a “Escola Estadual Kakunosuke Hasegawa”, carinhosamente
chamada de “Kaku”, localizada no Jardim Paineira. O que pouca gente sabe é que
o patrono da escola não morou em Itaquaquecetuba.
A “Escola
Estadual de Primeiro Grau (Agrupada) do Bairro do Rio Abaixo” foi criada pelo
Decreto 16.937, de 24 de abril de 1981, com efeito retroativo a 23 de fevereiro
daquele ano. Contava com classes de 1º a 4º série do ensino primário. Em 15 de
setembro de 1981, o deputado estadual do PDS Mauricio Najar (1934-2001)
apresentou na Assembleia Legislativa de São Paulo o Projeto de Lei nº 417, de
acordo com seu “Artigo 1º - passa a
denominar-se “Kakunosuke Hasegawa” a Escola Estadual de 1º Grau do Bairro do
Rio Abaixo – Agrupamento, no Município de Itaquaquecetuba”.
A
Justificativa do deputado afirmava tratar-se de “homenagear a saudosa figura de Kakunosuke Hasegawa que, nascido em
1897, em Nihari Mati, Ibaraki, Japão, veio para o Brasil em 1931 como imigrante.
(...) em outubro de 1932 que esse imigrante veio se fixar em Suzano, no bairro
do Rio Abaixo, onde adquiriu uma propriedade rural, passando a dedicar-se à
agricultura”. Tendo construído uma casa que serviu de escola, contratando
uma professora para ensinar português e japonês. Em 1939, com a colônia
japonesa construiu um edifício no qual foi instalada a Escola Mista Granja
Odete. A escola foi fechada com a Guerra, sendo reaberta por Kakunosuke que
contratou uma professora, um cocheiro e comprou uma carroça para ir buscá-la em
Suzano, durante dez anos. Novamente com apoio da colônia japonesa construiu em
1954 o Grupo Escolar Boa Vista, no bairro do mesmo nome, no município de
Suzano. Kakunosuke Hasegawa faleceu em 15 de janeiro de 1975 (D.O.E., Seç. I,
17/09/1981, p 45).
No município de
Suzano, nas proximidades do rio Tietê, há um bairro com a denominação Rio
Abaixo. O projeto tramitou pelas comissões de Constituição e Justiça e de
Educação, sem que fosse percebida a incoerência. Aprovado em plenário foi
sancionada a Lei nº 3257, de 30 de março de 1982, pelo governador Paulo Maluf,
nomeado pela ditadura.
Cláudio Sousa
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