quinta-feira, 10 de julho de 2014

Monumento Constitucionalista

   Em 1960, no alto da Ladeira da Liberdade foi inaugurado o Monumento Constitucionalista, em homenagem aos fatos ocorridos em 1932. Para se ter uma ideia do período devemos conhecer a conjuntura daquela época. 
   Da Eleição de Prudente de Moraes (1894), primeiro civil eleito presidente da República, até 1930 os estados de São Paulo e Minas Gerais tinham o controle do governo federal, se revezando na presidência, era a Primeira República ou República Velha. Tal política era chamada de Café com Leite.  
Monumento Constitucionalista
Jornal "A Gazeta Esportiva", 1967
   Na década de 1920, um setor da classe média urbana (os "tenentes") se rebelou contra essa política marcada pelo fraude nas eleições e a exclusão política de amplos setores. A década de 20 foi marcado por rebeliões militares em 1922 e 1924. Os jovens oficiais do exército, os "tenentes", entre 1924 e 1927 organizaram uma das maiores marchas da história, a Coluna Prestes, que percorreu 25 mil quilômetros sem ser derrotada, mas não derrubou o governo.
   Nas eleições de 1930, sagrou-se vencedor o paulista Júlio Prestes (PRP) contra o gaúcho Getúlio Vargas (Aliança Liberal). O assassinato de João Pessoa (por questões particulares) precipitou os acontecimentos, setores do exército ligados aos tenentes promoveu o que ficou conhecido como "Revolução de 30", a destituição do presidente Washington Luís e formação de um Governo Provisório chefiado por Getúlio Vargas. A oligarquia de São Paulo e Minas Gerais eram afastadas do poder.
Monumento Constitucionalista e Coreto
   A resposta veio em 1932, com o movimento Constitucionalista que propagava a reivindicação de uma Assembleia Constituinte contra o governo do "ditador" Getúlio Vargas. Em 23 de maio de 1932, os membros de uma organização secreta chamada Guarda Paulista tentaram uma invasão armada contra a sede da Legião Revolucionária (partidários de Getúlio), no confronto armado morreram 5 jovens (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo; Alvarenga morreu dias depois), originando a sigla MMDC.
   Em 9 de julho teve início o movimento armado que tentaria depor a governo Vargas. Com um saldo de 934 mortos, a "Revolução Constitucionalista", termina em 2 de outubro de 1932. Em 1934 é eleita uma Assembleia Constituinte. Em 1937, Getúlio Vargas baixa uma nova constituição com o "Golpe do Estado Novo", mas nenhum movimento ocorre em São Paulo. Vargas governaria até 1945.
Monumento Constitucionalista
Em homenagem ao movimento de 1932, há em Itaquaquecetuba, além do monumento hoje localizado na Praça Padre João Álvares, a Rua MMDC e a Torre do Castelinho (no Aracaré). A Torre foi construída por um português e serviu de posto de observação. Um participante do movimento foi Gentil de Moraes Passos, com 17 anos de idade, prefeito entre 1966 e 1970.
Cláudio Sousa