terça-feira, 26 de agosto de 2014

Palmeiras Centenário

Há 100 anos, no dia 26 de agosto de 1914 um grupo de imigrantes de origem italiana fundou o Palestra Itália. Em 1920 conquistou o primeiro Campeonato Paulista de Futebol.


Com o início da Segunda Grande Guerra (1939-1945) e a participação do Brasil ao lado dos Aliados (URSS, EUA, Inglaterra e França), e o crescimento das hostilidades contra os imigrantes e descendentes dos países do Eixo (Itália, Alemanha e Japão), levou a mudança do nome e do uniforme do Palestra Itália.

A mudança do nome para Sociedade Esportiva Palmeiras proposta pelo capitão Silvio de Magalhães Padilha, que não era de origem italiana, foi oficializada em 14 de setembro de 1942. O presidente do clube era o empresário do setor têxtil Ítalo Adami, que possuía uma fábrica instalada no então distrito de Itaquaquecetuba, do município de Mogi das Cruzes.

O Time do Palestra Itália (Palmeiras) em Itaquaquecetuba, 1942 (Acervo PMI)
O Palestra Desapareceu Invito e o Palmeiras Surgiu Campeão!” estampou o jornal Moscardo, de 23 de setembro de 1942. Na campanha que resultou na conquista do Campeonato Paulista de 1942 foram 20 jogos invictos. A vitória do Palmeiras foi de 3x1 sobre o rival São Paulo F. C. no estádio do Pacaembu, no dia 20 de setembro; parodiados pelo jornal: “os jogadores ficaram 20 dias tomando água em Poá (sic)...”. Na verdade eles ficaram no sítio do Ítalo Adami, atual bairro do Morro Branco, em Itaquaquecetuba, cujo Casarão ainda existe. Os treinos ocorreram no campo do Clube Atlético Brasil (foto), atual estádio municipal Ildeu Silvestre do Carmo; ainda chamado de Campo do Brasil.

Entre 1958 e 1970, o Palmeiras foi o único time a rivalizar com o Santos Futebol Clube, considerado na época um dos melhores times do mundo.

O primeiro título internacional do Palmeiras foi em 1951, com a conquista da Copa Rio, um torneio internacional, vencido sobre o time da Juventus da Itália. Em 2014, a FIFA reconheceu o título do Palmeiras como mundial. Em 1999, o Palmeiras conquistou a Copa Libertadores da América.
Cláudio Sousa

domingo, 3 de agosto de 2014

Pitico, o Crocodilo Dundee de Itaquaquecetuba


Uma história que aparentemente tratava-se de mais um “causo” que o povo conta, que muitos consideravam apenas do folclore de Itaquaquecetuba, recentemente voltou a ser discutida. Acompanho o perfil de várias pessoas que de algum modo tem uma grande ligação afetiva com Itaquaquecetuba. 
O fato é que um Jacaré de papo amarelo entrou numa casa, na Avenida da Emancipação (atual número 292). Rosely Peixoto, uma das testemunhas relatou: “Eu me lembro perfeitamente, eu estava no fundo do quintal, quando a Tia Juvina começou a gritar para que saíssemos do fundo pois lá tinha um jacaré, aí vimos que era de verdade, era um jacaré do papo amarelo, comum nas redondezas dos rios!!!Foi um fato histórico! Para quem não sabe o fato ocorreu onde hoje é a loja Caedu!! Meu primo foi um herói!!!
 O primo era o Bendito Barbosa, apelidado Pitico; também chamado de Crocodilo Dundee por Carlos Amador, numa referência ao australiano caçador de crocodilo, do filme de 1986. 
Pitico, o jacaré e Fátima. Acervo Ju Alvieri.
Ju Alvieri, conta que voltava da escola Homero “e tinha um monte de gente em casa, tinha vários de jaleco branco, uniforme da época, todos me falavam que alguém tinha morrido na minha casa, porque tinha muita gente. Mas, graças a Deus foi um jacaré. Por muito tempo as pessoas perguntavam : você é sobrinha do Pitico, aquele que matou o jacaré? Ah! Eu ficava toda orgulhosa! Valeu tio Pitico! Ficou fazendo parte da história da nossa cidade.” 
Nene Mariano da vila Maria Augusta aumenta, mas não inventa: “eu lembro muito bem disso, quase todo mundo de Itaquá comeu carne de Jacaré, ainda bem que ele não virou bolsa”. 
A história chegou até Mogi das Cruzes, conta Irene Faggioni: “na época eu fazia faculdade na Braz Cubas, imaginem a gozação porque eu morava aqui”. 
Nosso consultor para assuntos esportivos, Nelson José Nunes foi outro que presenciou o acontecimento: “Eu e a molecada da escola presenciamos o Pitico limpando esse "monstro" que andava assustando os ribeirinhos da Tipóia por alguns dias. Acho que foi por volta de 1974 ou 1975.” 
Até o Mario Moreno foi desacreditado: “Essa foto vai provar para os meus amigos de trabalho da Fontoura que não acreditaram na minha história do Jacaré.” 
Agradecemos a Ju Alvieri pela publicação da fotografia do Pitico com o couro do jacaré, tendo ao fundo Fátima Barbosa.
Cláudio Sousa
P.S.
Depois de publicar, recebemos um testemunho de Washington Santos, que merece ser incluído: "Eu afirmo a veracidade do fato, creio que foi em 1975, fui à casa do Pitico, onde encontrei a D. Raquel e para o minha curiosidade vi o jacaré com a barriga pra cima, e o Felix Mariano segurando o pescoço dele com seu pé sobre a barriga do bicho. Outro detalhe: eu morava na [rua] MMDC, e no final da rua (sem saída) tinha o córrego Tipóia, onde eu sempre estava brincando, soltando pipa, e por sorte, poderia aparecer este jacaré e eu seria uma presa fácil, um belo de um almoço. Autenticidade confirmada!"