Suzano tornou-se município em 1948, mas comemora o seu aniversário no dia 2 de abril, data da posse da primeira Câmara de Vereadores e do primeiro Prefeito eleitos, em 1949. Em 1919 a povoação de Guaió, estação de Suzano, conquistou a criação do Distrito de Paz de Suzano, município de Mogi das Cruzes. A comissão que analisou a representação até levantou a questão sobre qual nome seria utilizado: Suzano ou Guayó?
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Estação de Suzano em 1915 |
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Lista de Geral dos moradores da Vila da Mogi das Cruzes 1772 (detalhe) |
Nos antigos Maços de População (Arquivo Histórico Ultramarino, Códice 2102), nome dado ao recenseamento da população da Capitania de São Paulo, encontra-se a lista de habitantes da Fazenda do Senhor Bom Jesus de Baruel, de 1772. A localidade era constituída 29 fogos ou habitações. Entre as atividades listadas estão o cultivo de milho, feijão, algodão e mandioca (para fazer farinha); criação de gado, cavalos e porcos; duas mulheres vivam “de fazer Louça da terra”. Na Capela do Baruel havia indígenas na condição de administração particular, a forma utilizada para burlar as leis que proibiam e escravidão dos indígenas. Uma prática comum era a sujeição de índios à uma capela particular. No assento de batismo de 1772, reconstituído e transcrito a seguir, consta o termo “adminis-“ cuja parte seguinte esta corroída no documento, deduzimos serem Angela e Arcangela, mãe e filha, índias sob administração da Capela do Baruel:
Aos seis dias do mes Mayo de mil settecentos e secenta e nove annos nesta Matris de Santa Anna de Mogy das Cruzes baptizey e pus os santos oleos a Alexandre filho de Angela Solteira filha de Arcangela adminis[tradas?] do Senhor Bom JESUS do Baruel, de pay incognito Padrinhos [corroído] Pereira casado com Francisca Fernandes de Oliveira e [ilegível] Machada viúva de Joaquim [ilegível], freguezes de Sam Paulo e os mais desta Freguezia. O Coadjutor Antonio Xavier de Sales (Batismos Mogi das Cruzes, familysearch.com)
Durante o período da Regência, em 16 de março de 1832 o Conselho de Estado do Governo Regencial aprovou uma “resolução do Conselho Geral da Província de São Paulo pela qual se suprimem as paróquias criadas nas Aldeias dos Índios” ou antigos aldeamentos indígenas de Pinheiros, Mboy (atual Embu das Artes), São Miguel, Itaquaquecetuba, Escada (atual Guararema) e Itapecerica. Essas paróquias constituíam freguesias, o equivalente a distritos ou subprefeituras. Essas freguesias teriam sido instituídas entre 1803 e 1805. Possuíam Juiz de Paz e um vigário colado ou encomendado (efetivo ou temporário) remunerado pelo governo provincial.
Destes antigos aldeamentos da província de São Paulo, vários deles estiveram em algum momento, durante o período Colonial, sob a administração dos padres da Companhia de Jesus, os jesuítas. Em alguns deles os jesuítas administraram até a sua expulsão, em 1759, foi o caso de Itaquaquecetuba, MBoy e Itapecerica.
A resolução de 1832, aprovada pelo Conselho de Estado, rebaixava as freguesias à condição de Capela Curada, com a retirada dos padres para outras paróquias. Neste mesmo ano o Bispo ordenou a demarcação das divisas da Capela Curada de Nossa Senhora da Ajuda de Itaquaquecetuba. Foi constituída uma comissão responsável pela demarcação formada por quatro eleitores, eleita pela ordem de votação entre os paroquianos com direito à voto, de acordo com a legislação que regulava as eleições primárias. Reginaldo Cardoso [da Silva?] teve 116 votos, seguido de Ignacio Jozé de Miranda com 112, o Alferes Jozé Antonio da Silva com 88 e João Jozé de Araujo com 81 votos.
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Capela do Baruel na década de 1980 (Prefeitura de Suzano) |
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